quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Copom inicia primeira reunião de 2012

Copom inicia primeira reunião de 2012



A economia brasileira reage, ou melhor, começou a reagir em novembro do ano passado, como mostram os indicadores conhecidos até agora. Ainda é cedo para saber a intensidade da recuperação e, principalmente, se será suficiente para fazer o PIB crescer 4,5% este ano como quer o governo de Dilma Rousseff.
Em análise sobre a economia mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o Brasil cresça 2,7% em 2012, abaixo dos 3,3% esperados por analistas de mercado. O estudo da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), avalia que a “economia global esteja à beira de uma recessão” e ainda não é possível prever os efeitos que isso deve causar mesmo nas economias em situação mais confortável, como a nossa.
O que o Comitê de Política Monetária (Copom), que inicia nesta terça (17) sua primeira reunião do ano, deve fazer com todas essas informações, além  do que os diretores do BC veem a mais sobre o comportamento da economia brasileira e mundial,  na hora de tomar a primeira decisão sobre os juros de 2012?
Provavelmente nada diferente do que já se espera: uma redução da taxa básica da economia em 0,50 ponto percentual. A dúvida em destaque é: quanto mais o Copom está pensando em cortar a partir da próxima reunião em março? O que os analistas esperam ansiosamente dos diretores do comitê é que eles sejam bastante transparentes sobre suas análises e intenções. Não querem ficar “no escuro” ou se assustar novamente com surpresas.
“Nossa visão é de que o ciclo de afrouxamento monetário se aproxima do fim. Os incentivos fiscais e monetários que vêm sendo concedidos ao longo dos últimos meses devem fazer a atividade econômica acelerar, principalmente a partir do segundo semestre de 2012”, diz o economista Roberto Padovani, em relatório da Corretora Votorantim.
“O IBC-Br  de novembro (prévia do PIB calculada pelo BC) mais forte que o esperado ajudou o mercado a pender para o fim do ciclo. Se esse for o caso, é provável que o BC já mostre alguma sinalização mais forte (de fim do ciclo) no próprio comunicado do Copom. Ainda acho que não seja o caso. O BC deve sim promover pelo menos mais uma queda”, avalia Fernando Genta, economista da MCM Consultores.
Com mais dois cortes, a taxa de juros chegaria a 10% ao ano. Os bancos Itaú-Unibanco e Bradesco ainda esperam que a taxa básica chegue a um dígito até abril. Mesmo assim, em análises enviadas a clientes, os economistas das duas instituições não deixam de fazer alguma ressalva às suas expectativas, caso o BC mude de estratégia.
“Nós vemos mais quatro cortes de 50 pontos, empurrando a Selic a 9%. No entanto, reconhecemos que o tom mais cauteloso do BC, e o possível uso de outras ferramentas para acelerar o crescimento além da taxa de juros, podem resultar em um menor ciclo de flexibilização”, comentam os economistas do Itaú-Unibanco.
“O DEPEC-Bradesco, diante da melhora considerável das condições externas, dos sinais da recuperação moderada da atividade econômica doméstica – especialmente a partir de novembro – e da comunicação do Relatório de Inflação (dez/2011), reconhece a sua menor convicção em relação aos próximos passos do ciclo de afrouxamento monetário, que, em nosso cenário base, ainda considera mais 3 cortes de 50 pbs, chegando a 9,5% em abril deste ano”.

ter, 17/01/12
por thais.heredia |
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