sábado, 10 de março de 2012

Comentário Semanal: Petrobras e Vale levam Ibovespa a recuar 1,59%

SÃO PAULO - O Ibovespa teve queda de 1,59% no período entre 5 a 9 de março, fechando esta sexta-feira (9) aos 66.703 pontos. Após perdas acentuadas nos dois primeiros pregões da semana, o índice voltou a ganhar força na quarta mas não o suficiente para fechar o período no positivo. É válido destacar a forte queda das ações das duas empresas mais representativas no índice, a Vale (VALE3; VALE5) e Petrobras (PETR3; PETR4), que representam quase 25% do índice. Sem o desempenho negativo delas, o Ibovespa teria avançado. 
 
 
 
Por InfoMoney, InfoMoney, Atualizado: 09/03/2012 19:00
As ações da Marfrig (MRFG3) foram o principal destaque de alta nesta semana dentre os papéis que compõem o Ibovespa, com valorização de 9,38%, cotadas a R$ 11,31 cada. Enquanto isso, os ativos da MMX Mineração (MMXM3) recuaram 8,33% no período, a principal queda dentro do índice, terminando este pregão a R$ 9,14 cada.
Petrobras e Vale
As ações da Vale (VALE3, -7,51%, R$ 41,11; VALE5, -7,78%, R$ 39,93) foram uma das principais quedas da semana. A empresa reagiu negativamente à notícia de que a China, sua principal consumidora, pretende crescer menos esse ano. Além disso, a mineradora perdeu uma ação na justiça a respeito de tributos não pagos ao governo e inaugurou uma pelotizadora em Omã. 
Os ativos da Petrobras (PETR3, -6,50%, R$ 24,87; PETR4, -6,28%, R$ 23,71) também encerram a semana próximos da ponta negativa do índice. Na semana, a empresa descobriu petróleo de boa qualidade no campo de Tupi, inaugurou uma planta de gás e recebeu autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para investir R$ 320,9 milhões em bolsas de estudo.
Grécia conclui troca de dívida
Durante a semana, a Grécia conseguiu concluir sua troca de dívida, mas parte dos credores privados deverão receber um "seguro" contra default. Cerca de US$ 3,2 bilhões serão pagos. A operação foi elogiada por Christine Lagarde, presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Eurogrupo aprovou um novo auxílio financeiro para o país no valor de € 35,5 bilhões. O IIF (Instituto de Finanças Internacionais) havia estimado perdas de US$ 1 trilhão com uma possível moratória grega. 
Contudo, essa operação levou ao rebaixamento da nota de crédito do país pela agência de classificação de risco Fitch Ratings, de "C" para "Default Restritivo", indicando perdas não previstas para os detentores desses títulos com a diminuição juros e o alongamento dos prazos. A Moody's já havia cortado o rating do país no início da semana, levando-o para o menor patamar antes de um default.
Dados econômicos também mexeram com o humor do mercado. A Grécia divulgou uma queda de 6,9% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2011, enquanto Portugal apresentou um recuo de 1,6%, ambos acima do que se esperava. A Alemanha também decepcionou o mercado ao marcar uma queda de 2,7% nas encomendas industriais.
A atividade econômica na Zona do Euro recuou 0,3% no quarto trimestre de 2011, levando o BCE a reduzir suas perspectivas para a atividade econômica em 2012 nos países que usam a moeda única. Mesmo assim, a instituição optou por não dar mais estímulos à economia, mantendo os juros estáveis em 1%. Já o BoE (Bank of England) os manteve em 0,5%.
Novo patamar para a Selic
No front interno, o mercado reagiu ao corte taxa básica de juro nacional em 75 pontos-base, mais forte que o esperado. Essa é uma tentativa de estimular o crescimento do País, após o PIB (Produto Interno Bruto) crescer levemente abaixo do esperado em 2011, em 2,7%.
De acordo com Dilma Rousseff, presidente da República, o resultado do PIB brasileiro foi fortemente impactado pela crise na Europa. Dilma criticou também o excesso de liquidez provocado pelas políticas expansionistas dos países desenvolvidos, enquanto Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, ressaltou a força da demanda da economia brasileira.
Outros dados sobre a economia também foram divulgados. O investidor acompanhou o comportamento de preços com o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, que mostraram inflação de 0,7% e 0,45%, respectivamente, enquanto o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) da primeira semana de março apontou alta de 0,23%. Já a produção industrial brasileira registrou queda de 2,1%.
Ainda por aqui, pesaram os dados sobre a entrada de dólares. O fluxo cambial apontou saldo positivo de US$ 2,466 bilhões nos dois primeiros dias de março, enquanto as captações das empresas brasileiras no exterior somaram US$ 11,7 bilhões em fevereiro, mostrou a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
EUA dá sinais de recuperaçãoDurante a semana, o mercado conheceu os planos do presidente norte-americano, Barack Obama, de estimular a economia norte-americana. O presidente democrata deve reduzir taxas de hipotecas para três milhões de norte-americanos, além de tentar conter avanço dos preços de gasolina para preservar o consumo.
O país também divulgou importantes referências econômicas na semana. A divulgação do Nonfarm Payrolls mostrou a criação de mais empregos do que era esperado. Indicadores como o Factory Orders, ISM Services (Institute for Supply Management) e Consumer Credit também superaram o estimado, enquanto o Productivity & Costs veio em linha com o esperado. Já o ADP Employment, Initial Claims e a balança comercial no mês de janeiro decepcionaram o mercado.
China e Japão
A semana começou pressionada por conta do anúncio da meta de crescimento da China em 7,5% para 2012, um patamar considerado baixo. Dados sobre o gigante asiático também chamaram a atenção. O PMI (Purchasing Managers' Index) indicou retração e alcançou seu menor patamar em quatro meses, enquanto a inflação na China atingiu 3,2% em fevereiro.
Por fim, o mercado também reagiu positivamente com a divulgação de que o PIB do Japão foi revisado positivamente no quarto trimestre de 2011. 
Dólar e Renda Fixa
O dólar comercial registrou alta de 3,02% nesta semana, terminando a R$ 1,785 na venda.
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, o contrato de juros de maior liquidez nesta semana, com vencimento em janeiro de 2013, registrou uma taxa de 8,65%, queda de 0,38 ponto percentual no período.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado 133,01% de seu valor de face, queda de 0,02% na semana.
Já o indicador de risco-País registrou queda de 11 pontos-base na semana, aos 179 pontos.
Confira a agenda da próxima semana
Dentro da agenda para a segunda semana de março, os investidores estarão atentos à reunião de política monetária do Federal Reserve, além dos indicadores de atividade do varejo nos Estados Unidos. Além desses, também deverão ser divulgados indicadores de preços na maior economia mundial. 
Já no front doméstico, as atenções se voltam para a Ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e também para os indicadores de inflação no País. No continente asiático, o Banco do Japão divulgará a decisão sobre a taxa básica de juro do país.

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